Equipe

Profª Drª Audrei Gesser (Coord./Orient.)
Centro de Letras, Comunicação e Artes
Departamento de Letras
UENP-CP
 
Profª Ms. Silvana Quintilhano (Orient.)
Centro de Letras, Comunicação e Artes
Departamento de Letras
UENP-CP
 
Profª Esp. Juliana Aparecida Pereira de Souza (Orient.)
Centro de Letras, Comunicação e Artes
Departamento de Letras
UENP-CP
 
Profª Drª Mara Peixoto (Colab.)
Centro de Letras, Comunicação e Artes
Departamento de Letras
UENP-CP
 
BOLSISTAS (Campus de Cornélio Procópio)
Marjorie Agre Leão (recém-form. Letras)
Celina de Oliveira Barbosa (2º Letras)
Juliana Nunes da Silva (4º Pedagogia)
Neusa da Silva Leme (2º Letras)
Bruna Dona de Oliveira (2º Letras)
Andressa Garcia da Silva (3º Letras)

O  PROJETO

Introdução

O projeto é fruto de uma proposta apresentada à SETI-PR, no programa de extensão Universidade Sem Fronteiras, por meio do Edital nº 04/2008, recebendo financiamento para sua execução.

Temática

A vida dos surdos está profundamente marcada pelo mundo ouvinte, tanto no seio familiar como no escolar. Seu povo, língua e cultura têm sido apagados e silenciados, e os relatos históricos mostram as marcas e heranças desse processo social discriminatório e excludente. Mas é verdade também que há ouvintes parceiros a causa surda, mas estes se encontram em uma situação de despreparo, pois além do desafio educacional em si, há que se lidar com a falta de conhecimento na língua de sinais: a Libras. O cenário, de uma forma geral, está despreparado em diversos âmbitos: falta de contextos e profissionais preparados para o ensino da Libras, carência de referencial teórico, falta de materiais e subsídios didático-pedagógicos (Gesser, 1999; 2006).

É partindo desta realidade, que se busca, com esse projeto, promover um espaço dentro da universidade para o ensino de Libras e da cultura surda para professores ouvintes que não dispõem de conhecimento e/ou proficiência na língua de sinais para atender eventuais alunos surdos em contextos educacionais no ensino das disciplinas do currículo escolar. Em casos de algumas escolas, há a presença de intérpretes, mas estes também não tiveram a formação adequada e fazem o que podem para diminuir a barreira de comunicação, ou ainda nem sempre dominam todo o vocabulário lingüístico referente às disciplinas (Gesser, 2006). Os professores, por sua vez, raramente sabem ou conhecem a LIBRAS. Então a educação dos surdos, dado a barreira lingüística, tem sempre sido relegada a último plano, pois os profissionais hoje formados estão, na sua grande maioria, despreparados para atendê-los na língua de sinais (Quadros, 1997).

É neste sentido que o oferecimento de aulas de Libras e de um ciclo de palestras relacionadas à área da surdez, em forma de extensão, estaria suprindo as lacunas de formação dos professores em serviço das escolas públicas do ensino fundamental básico de Cornélio Procópio. Além disso, vale destacar que o projeto de extensão em tela – desenvolvido dentro da Universidade com o apoio de outras instituições parceiras da comunidade – estaria cumprindo o seu papel social fortalecendo as políticas de inclusão para surdos nas escolas. Esta ação localizada se faz necessária e urgente na cidade de Cornélio Procópio já que as discussões e o conhecimento da língua de sinais por professores ouvintes são incipientes e inexistentes. Esta proposta “piloto” objetiva formar os professores dos cinco primeiros anos do ensino fundamental das escolas de Cornélio Procópio, o que não anula a multiplicação da ação, em outros momentos, para as demais regiões do estado do Paraná.

Objetivos

Gerais

  • Atender o Decreto nº 5.626/02 que torna obrigatório nas instituições de ensino superior públicas a regulamentação da Lei nº 10.436/02 que prevê ações para se inserir a disciplina de LIBRAS nas licenciaturas, garantir o direito à educação das pessoas surdas, e a formação do professor de Libras, como se lê no capítulo III, do Art. 10: “as instituições de educação superior devem incluir a Libras como objeto de ensino, pesquisa e extensão nos cursos de formação de professores para a educação básica...”;
  • Construir um espaço na universidade de ensino de LIBRAS para professores ouvintes da rede pública do ensino fundamental básico público de Cornélio Procópio, na sua maioria, licenciados em diversas áreas, mas sem conhecimento lingüístico-pedagógico-cultural para lidar com alunos surdos em classes regulares na proposta de inclusão, assegurando-lhes “o acesso à comunicação, à informação e à educação” (Decreto nº 5.626/02).

Específicos

  • Oportunizar espaços de formação e pesquisa aos alunos bolsistas de graduação (futuros professores) sobre o ensino para surdos e as políticas de inclusão.
  • Promover aulas de Libras com foco na comunicação cotidiana e geral e nas áreas/disciplinas específicas de atuação do professor do ensino fundamental básico: humanas, exatas e biológicas;
  • Promover um ciclo de palestras e oficinas com aproximadamente 100 h/a relacionadas à educação de surdos com a participação de especialistas da área;
  • Realizar pesquisa de Iniciação Científica com alunos do 2º e 3º anos do curso de Letras, a partir dos encontros de ensino e aprendizagem de Libras;
  • Desenvolver artigos científicos sobre o desenvolvimento do projeto em tela, fomentando grupos de estudos com a equipe integrante.

Público alvo

Professores da rede pública de ensino do fundamental básico de Cornélio Procópio: Total de escolas: 18, sendo: 15 Escolas Municipais, 2 Escolas de Educação Especial (Visiáudio e Escola de Educação Especial Procopense), 1 Escola de Educação de Jovens e Adultos do Ensino Fundamental Básico, somando um total de 43 professores.

Plano de trabalho

A equipe do projeto se reúne semanalmente para discutir questões sobre o projeto e sobre as temáticas relacionadas às pesquisas desenvolvidas pelos bolsistas. Estes, por sua vez, se encontram, de 2ª à 6ª feira, no período vespertino para fazer leituras e estudos dirigidos. O grupo de alunas bolsistas também participa das aulas de Libras, que são realizadas todas às 6ª feiras, com duração de 02 horas cada aula, e nas oficinas e palestras que ocorrem mensalmente, aos sábados, variando entre 04-08 h/a cada. As oficinas são conduzidas por profissionais especialistas, abordando as seguintes temáticas:

  • Fundamentos da história e da educação de surdos
  • Libras/Português: fronteiras linguísticas
  • Aspectos lingüísticos da Libras: fonologia, morfologia e sintaxe
  • Variação lingüística nas línguas de sinais
  • Políticas educacionais e surdez
  • Ensino e aprendizagem da leitura e escrita do Português para surdos
  • Fisiologia da surdez
  • Língua, educação e subjetividade
  • O tradutor e o intérprete pedagógico
  • Inclusão escolar e políticas públicas
  • Língua, identidade e cultura surda
mouseover